Imagem e Semelhança de Deus
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           A IMAGEM DE DEUS


O trecho de Gênesis 1.26,27 fala sobre o homem (inclu­ indo o macho e a fêmea) como criado à imagem e semelhan­ ça de Deus. “Imagem” (no hebraico, tselem) é palavra usada
para indicar estátuas e modelos de trabalho. No ser huma-
no, implica num reflexo de algo existente na natureza de Deus. “Semelhança” (no hebraico, demuth) é palavra usada
para indicar padrões e formas, que se parecem um tanto com o que retratam. Indica que existe em nós algo parecido com Deus. Ambas as palavras hebraicas subentendem ser
possível ao ser humano desenvolver-se. Em outras palavras, Adão e Eva não foram criados conforme poderiam ter-se
tornado, embora criados perfeitos. Mas eram perfeitos como o botão, não como a flor ou o fruto. Não obstante, nunca
seremos totalmente como Deus, porquanto seremos sempre finitos, dEle dependentes. Jesus declarou, em João 5.26:
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo”. Ou seja, por seu , próprio direito e natureza, Deus nunca fez isso por qualquer
criatura humana. Só teremos a vida eterna enquanto a vida de Cristo estiver em nós, através da união viva com Ele (Jo 15.1-6).
A imagem de Deus em nós consiste em uma imagem
tanto natural quanto moral - e não no sentido físico. Nossos
corpos foram feitos de pó. Jesus não tinha a forma externa de um homem, antes da encarnação (Fp 2.5-7). Deus adver­ tiu o povo de Israel a não fabricar imagens, porquanto Ele,
por natureza, não possui uma forma que nos permita visualizar
uma imagem (Dt 4.15-19). Em conseqüência, nenhuma
imagem poderá ser como Deus, e adorar uma imagem é adorar algo diferente de Deus. O que Moisés e Israel viram foi a glória divina (Ex 33.18,22). A imagem natural inclui os
elementos da personalidade ou do próprio “eu” comuns a
todas as pessoas, quer humanas quer divinas. Intelecto,
sensibilidade, vontade - estas são as categorias que com-
põem a personalidade e formam uma clara linha de separa-
ção entre os seres humanos e os animais irracionais. A vasta
capacidade humana, o potencial para o que chamamos de cultura e civilização, jaz nessas qualidades que temos em comum com o nosso Criador.
A imagem moral inclui a vontade e a esfera da liberdade,
onde podemos exercer nossos poderes de autodetermina-
ção. Ela torna possível nossa comunhão e comunicação com
Deus. Os animais agem principalmente pelo instinto; fazem
tudo instintivamente. Por conseguinte, são amorais. Não são capazes de ter comunhão com as pessoas. Um cão pode mostrar-se leal para com seu dono, e até uivar diante do
sepulcro de seu proprietário, mas não pode entrar nos so-
nhos, planos e aspirações de seu senhor. Nós, porém, pode-
mos compreender e entrar nos planos e propósitos de Deus, quando exercemos as qualidades de nossa imagem moral.
Assim, podemos ter verdadeira comunhão com Ele.

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